HÁ VÁRIOS JUÍZES EM BERLIM (E EM BRASÍLIA E NOUTROS RINCÕES TAMBÉM)
- Alexandre Nery de Oliveira
- 1 de mar. de 2017
- 2 min de leitura
O Judiciário brasileiro, nos últimos tempos, tem sido o alvo de quem o ama e de quem o odeia.
O enunciar a Justiça passou a ser atribuído a um único e primoroso colega de primeiro grau, como se não houvesse mais Juízes no País. Ou não merecessem igual alento da Imprensa.
Nesse divagar, a contradição da mídia e da opinião pública contrasta notícias indevidas de magistrados a ganhar fortunas, quando tais valores não se confirmam, embora transpareçam o mal estar deixado pelo que não se investiga.
A perda remuneratória dos magistrados da União já alcança patamares superiores a 40% e, embora os Juízes tenham as garantias constitucionais de irredutibilidade de seus subsídios para não se curvarem a quem quer que seja, estranha que basta alguém dizer que magistrados estão a ganhar muito para logo o discurso da alta relevância de suas funções ser esquecida.
Mais ainda estranha questionarem os valores percebidos pelos ministros do Supremo Tribunal Federal enquanto não se assombram dos valores recebidos por alguns esportistas, artistas e outros profissionais que, sem a responsabilidade de com uma assinatura suspender uma lei da República, ganham num minuto mais que a suposta fortuna dos magistrados supremos do País e, assim, também dos outros tantos que em níveis decrescentes nada mais podem perceber que não os valores eventualmente decorrentes de atividade docente.
No dilema do teto remuneratório constitucional, apenas os magistrados acabam observando os valores assim delimitados.
Fora a seara de Curitiba, os demais valorosos magistrados do País são jogados no limbo pela Imprensa, como se não trabalhassem e a culpa dos processos acumulados ao longo dos anos não fosse decorrência de normas processuais inadequadas (ainda mesmo depois do novo Código de Processo Civil), da falta de magistrados e servidores e, sobretudo, na contrapartida de um demandismo cada vez maior, enquanto noutros Países mais se incentiva a atividade conciliatória e pré-processual desenvolvida, sobretudo, por advogados que assim evitam propor causas para congestionar o Judiciário.
Somos muitos os magistrados brasileiros, trabalhamos bastante e atualmente percebemos menos que o devido, porque a garantia constitucional simplesmente cai no vazio com a perda inflacionária havida ao longo dos últimos anos.
E enquanto isso, não se lembram de quantos somos, como se fôssemos apenas um, e todos os demais nada fizéssemos, nem assim merecêssemos perceber valores dignos pela alta função de Estado que desempenhamos.
Há que se dizer que há vários Juízes em Berlim, em Brasília, e nos diversos rincões deste País, todos a merecer o devido respeito e contrapartida pela nobre função exercida.
Posts recentes
Ver tudoDois dias atrás (20/3/2017), publiquei no meu blog (https://alexandre-nery.wixsite.com/juridico) artigo sobre o estelionato governamental...
A discussão da hora envolve a suposta quebra da Previdência e a Proposta de Emenda Constitucional que se indica como a salvaguarda do...
O conceito de autoridade envolve, num conceito simples, impor-se. Não se quer dizer que a imposição de vontades não tenha limites, porque...